Excelente matéria inspiradora para homens e mulheres em
busca de seus sonhos e superação!!!
Com o perdão do trocadilho pós jogos da Copa, driblar os
‘nãos’ da vida é uma constante na jornada de Ana Paula Padrão.
Talvez você a conheça pela carreira como jornalista ou mais
recentemente como apresentadora do Masterchef e não saiba sobre sua jornada
empreendedora.
Ana Paula hoje está a frente da Tempo de Você, da agência
Touareg e da Escola de Você. Mas não chegou onde chegou sem antes receber
tantos ‘nãos’ quanto fosse possível
(se identificou? Clique abaixo e
leia esta matéria inspiradora, onde temos que ter perseverança e bom ânimo,
para ter o nosso primeiro de reação para com essas situações difíceis e
desanimadoras, isto é o nosso Day1, que gosto muito e acompanho na Endeavor
Brasil !!!
Abraços,
(a) Marcelo Almeida)
Os ‘nãos’ que Ana Paula recebeu ao longo da vida tiveram um
efeito bumerangue: em vez de paralisá-la, foram impulso para que ela chegasse
até aqui. No palco do Day1 da Endeavor Brasil, a empreendedora compartilha essa
história!
Quando Ana Paula Padrão estava de saída da Record,
encerrando um ciclo de 27 anos em telejornais, um colega da emissora perguntou:
“Por que você demorou tanto para lançar seu próprio negócio?”. Ana estava
saindo, naquele momento, para se dedicar à sua mais nova empresa: a “Tempo de
Mulher”. O que ele não sabia é que aquele não era o primeiro negócio de Ana
Paula. Muito menos o último.
Antes de se afirmar como empreendedora, Ana já enfrentou
muitos ‘nãos’ em sua vida. Fez das negativas, impulso para viver a própria
jornada. E com ele, foi tão longe, mas tão longe, que chegou até aqui, no palco
do Day1 e à frente do MasterChef, da Tempo de Você, da agência Touareg e da
Escola de Você.
Para entender melhor essa história, é preciso voltar no
tempo. Vamos à
Brasília de 1965.
A vida pela janela
A capital do país era um grande canteiro de obras, o céu uma
imensidão azul. Ana passava sua infância olhando a vida pela janela. No prédio
de seis andares onde morava com seus pais, via os terrenos baldios ao redor
serem ocupados, de tempos em tempos, pelos ciganos.
Eles subiam suas tendas coloridas, cantavam suas músicas e
depois partiam. Ana queria partir com eles. Conhecer novas pessoas, explorar
novos lugares e viver suas próprias aventuras. Foi por isso que decidiu fazer
jornalismo. Aquele seria seu ticket de saída para o mundo.
Logo na faculdade, participou de um processo seletivo de
estágio na TV Bandeirantes. Levou sua fita VHS com alguns vídeos que já tinha
produzido e, alguns dias depois, foi chamada para conversar. A entrevistadora
foi direto ao ponto: “Menina, desista da TV. Você nunca será repórter de
televisão. Você não foi feita para o vídeo. Estou dizendo isso para o seu
próprio bem!”. Aquele foi o primeiro ‘não’ que Ana Paula recebeu, enquanto
jornalista.
Saiu de lá com a fita VHS embaixo do braço, mas nenhuma
intenção de desistir. Cinco meses mais tarde, recebeu um convite para trabalhar
na emissora afiliada à TV Globo em Brasília. Se ela não era feita para a TV,
era na TV que iria trabalhar.
Ana Paula tinha apenas 21 anos quando entrou na Globo, no
auge dos anos 1980. Para sobreviver como repórter num ambiente onde todas as
lideranças eram masculinas, cobrindo notícias de Economia, precisou criar uma
armadura própria: tornou-se uma mulher-ombreira. As ombreiras eram mais do que
um item da moda. Eram uma forma de alargar os ombros das mulheres para
encararem de frente um ambiente de trabalho hostil.
Apesar de usá-las diariamente, a aparente fragilidade de Ana
ainda era um obstáculo para o seu desejo de cobrir temas mais difíceis, como
guerras e desastres. Talvez por isso, ela tenha se apaixonado por estudar a
Guerra do Afeganistão. Nas horas vagas, dedicava-se a entender o mapa da
região, os costumes, as etnias, os conflitos locais e os ângulos nada óbvios
que renderiam reportagens inéditas sobre o país.
O Day1
Aos 33 anos, já trabalhava como correspondente internacional
para a TV Globo em Londres. Certa noite, saiu para jantar com os colegas de
redação. Em meio a uma conversa informal, um dos seus colegas perguntou que
reportagem ela gostaria de fazer. Para ela, a resposta era clara: “Quero entrar
no Afeganistão”.
A mesa ficou em silêncio; os colegas começaram a trocar
olhares, e alguns risinhos escaparam. Quando ele percebeu que Ana estava
falando sério, disse: “Uma mulher no Afeganistão? Os talibãs nunca te darão um
visto. Você não vai conseguir. É muito perigoso.”
Na hora, Ana Paula sentiu vergonha. Por ter se exposto
daquele jeito, em uma mesa cheia de homens. Em casa, mais tarde, sentiu raiva,
muita raiva. Como eles podiam desencorajar alguém dessa maneira?
A intensidade daquela noite produziu o efeito inverso nas
convicções de Ana: ela entraria, sim, no Afeganistão. E sairia inteira. Com
várias imagens inéditas na bagagem.
Aquele foi o seu Day1. A partir daquele dia, passou a
encarar cada não que ouvia como grandes impulsos para perseguir o que sonhava.
Para cada porta fechada, buscava alternativas e novos caminhos que
transformassem o não em talvez e — quem sabe? — em sim.
Quando foi trabalhar como correspondente em Nova York,
surgiu a oportunidade. Ela já tinha o visto para entrar no Afeganistão e, ao
seu lado, uma equipe formada por uma produtora e um cinegrafista que a
acompanhariam nessa jornada. Os documentos que assinou já davam sinais do que
enfrentaria no país: se fizesse algo diferente do combinado, poderia ter as
mãos ou os pés amputados. Não havia margem para erro. Apesar dos avisos, Ana
Paula partiu para o Afeganistão. E voltou com imagens inéditas, mostrando, pela
primeira vez no Brasil, a situação das mulheres naquele país.
Desvendando as mulheres
Essa viagem despertou nela uma forte vontade de desvendar as
mulheres — com ou sem burca. Queria trabalhar com elas e entendê-las melhor.
Seus dramas e desafios. O que tinham em comum. Essa vontade se materializou em
projeto quando Ana assumiu a bancada do Jornal da Globo, produzindo uma série
de reportagens especiais sobre o universo feminino.
Aos poucos, Ana Paula foi percebendo que os dramas das
mulheres com quem conversava também eram os dela.
Um dia, no fim da tarde, redação lotada, toca seu telefone.
“Paula? É o Sílvio!”. Silvio Santos estava do outro lado da linha. “Eu queria
me esconder embaixo da mesa.”, ela conta. A conversa durou menos de um minuto,
a tempo de Ana Paula aceitar o convite para um conversa e desligar o mais
rápido possível, em choque com a ligação.
A proposta era bem direta: Silvio Santos queria que ela
reestruturasse o departamento de jornalismo do SBT, assumindo a bancada do SBT
Brasil. Ela pensou e decidiu aceitar o convite. Nessa época, lançou também um
novo formato de jornalismo: reportagens especiais com uma hora de duração em um
programa chamado SBT Realidade. Mas dessa vez, Ana Paula fez uma proposta
diferente: ela faria a coprodução dos programas com a própria equipe, de forma
independente. Assim nasceu sua primeira empresa: a agência de conteúdo Touareg.
Durante o primeiro ano da empresa, ela tinha apenas um
cliente: o SBT. Depois, aos poucos, foi descobrindo um nicho de mercado que
poderia atender: empresas com histórias verdadeiras para contar e conceitos
difíceis de explicar.
Quando acabou de vez seu contrato com o SBT, Ana Paula
Padrão tinha duas certezas: queria aprofundar seus estudos sobre a mulher
brasileira e não queria, definitivamente, continuar como apresentadora de
telejornal. Na semana seguinte a essa decisão, ela recebeu três ligações. Todas
elas de outras emissoras oferecendo um cargo de apresentadora de telejornal.
Parece que o mercado não estava entendendo o que ela dizia.
Decidiu, então, fechar um contrato de quatro anos para
trabalhar na Record. Ela seria apresentadora, mas não assumiria nenhuma função
editorial. Dessa forma, teria mais tempo para focar na Touareg e abrir sua
segunda empresa: a Tempo de Mulher, dedicada a estudar o público feminino.
Durante esse período, Ana Paula mergulhou de vez na questão que, há tempos,
despertava sua curiosidade. Aceitava todo tipo de convite para participar de
eventos e debates de, por e para mulheres. Queria entender, genuinamente, o que
passava pela cabeça delas.
A pergunta que ninguém sabia
responder
Em um desses encontros, conheceu sua futura sócia: a também
jornalista Natalia Leite. O que as duas empreendedores observaram, em alguns
dos seminários organizados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento),
era um desafio para o qual ninguém tinha resposta. Existia uma lacuna entre o
número de mulheres qualificadas por programas de capacitação e aquelas que, de
fato, entravam no mercado de trabalho. Ninguém entendia porque isso acontecia.
Mas Ana Paula tinha uma hipótese. O que faltava a essas mulheres era autoestima.
Era preciso, porém, provar essa tese para o BID. As duas,
juntas, passaram a criar vídeos que simulavam situações reais do cotidiano, a
partir de conceitos da filosofia, psicologia e sociologia, e que ajudassem
essas mulheres a superar desafios pessoais. Em paralelo a essas produções,
passaram a pesquisar o efeito que esses vídeos teriam na empregabilidade das
mulheres. E o resultado apareceu: elas tinham, enfim, encontrado a resposta.
Assim nasceu a Escola de Você, um portal de ensino à distância
que ajuda mulheres a evoluir em suas vidas pessoais e profissionais. De 2014
para cá, quase 400 mil mulheres já foram impactadas pelos cursos, formando
comunidades por todo país das chamadas “escoletes”. Apesar do desafio com
tecnologia que toda startup enfrenta nos primeiros anos de vida, Ana Paula está
confiante de que elas já têm o que é preciso para lançar o modelo Freemium da
plataforma ainda esse ano.
Quem conhece a fundo a história de Ana Paula Padrão como
jornalista e empreendedora, percebe que ela vive uma jornada dupla: busca
empoderar mulheres de todos os cantos do país, ao mesmo tempo em que entende
melhor seus próprios anseios e equilibra seus pratos de apresentadora,
empreendedora e mulher. Assim coloca em ação seu potencial multiplicador: a
capacidade de realizar seus sonhos — e ajudar milhares de mulheres pelo
caminho.
Fonte: Jesielly - Endeavor Brasil - Time De
Conteúdo
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